• Rose Menino

    Tenho 44 anos e em 2018, fazendo autoexame, notei uns nódulos na minha mama direita, mas não dei muita atenção. Achei que fossem apenas glândulas, pois havia feito uma ultrassonografia não fazia muito tempo e estava tudo certo. Mas me enganei e aquilo começou a crescer e doer.
    Fiz a mamografia e o resultado só saiu em dezembro, ainda inconclusivo. Tive que repetir, e com o resultado em mãos fui para fila de espera de um mastologista.
    Espera sem fim, e com tudo mudando em mim, comecei a ter alergias, queda de cabelo bem acentuada, perdi 6 kg em menos de 2 meses. Tive que pagar um médico, mas quando isso veio acontecer já estava com um carcinoma maligno avançando muito rápido.
    Na cidade que morava não tinha tratamento, na capital levaria em média de 3 meses para conseguir fazer a cirurgia, o desespero bateu. Pensei que fosse morrer, porque todos falam que quem tem câncer morre. Mas não é verdade.
    Mudei de estado, fiz a cirurgia pela metade do valor comparado ao estado em que morava, tive crises de depressão. Decidindo que queria vencer, comecei a mudar minha forma de pensar e ver as coisas. Quando me recuperei, comecei a fazer caminhada e meditação, e em outubro de 2019 fiz minha primeira quimioterapia, mas como já fazia acompanhamento nutricional não passei tão mal durante este processo.
    Hoje ainda tenho muitas dores, mas tenho uma vida e hábitos diferentes do que tinha antes de adoecer. Faço acompanhamento, tomo tamoxifeno. Já me sinto uma vencedora, uma mulher que mesmo sem uma mama se sente forte, determinada e que precisou sofrer tudo isso para descobrir seu propósito de vida.

    Rose Menino