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É possível evitar a quimioterapia?

O câncer é uma doença bastante complexa e a ciência ainda não desvendou todos os tratamentos possíveis para combatê-la. Isso porque, cada tumor apresenta características específicas, logo a indicação de tratamento será sempre avaliada de forma individual. A quimioterapia é um dos tratamentos mais utilizados e reconhecidos para diversos tipos de câncer, inclusive o de mama. No entanto, ela não é sempre a primeira e única alternativa de tratamento, pois há vários fatores que precisam ser considerados. Algumas mulheres, submetidas a testes moleculares, por exemplo, apresentam a possibilidade de não enfrentarem o tratamento quimioterápico.

Os medicamentos que envolvem a quimioterapia podem ser ministrados de forma oral ou intravenosa (pela veia) e o objetivo principal dessas aplicações é impedir o processo de expansão das células cancerígenas. Porém, a quimioterapia é um tratamento mais agressivo que a terapia endócrina (ou hormonioterapia), e pode afetar também as células saudáveis do corpo. Muitas vezes, o tratamento desencadeia efeitos colaterais desagradáveis como náuseas, dores, alterações sanguíneas, sensação de cansaço, queda de cabelo, entre outros.

As soluções para isso estão no campo da medicina personalizada, ou seja, tratamentos propostos de acordo com a genética e reação de cada pessoa à doença. Os avanços nas pesquisas em biologia molecular têm possibilitado a previsão de resposta de um paciente a determinado tratamento, com base na análise de um grupo específico de genes. Dessa forma, as decisões médicas relacionadas ao tratamento serão adaptadas de acordo com a assinatura molecular do paciente.

Os testes moleculares servem para indicar o índice de recorrência, que se refere a possiblidade de retorno do câncer após o tratamento. Os pacientes com baixo risco de recorrência, isto é, com menos de 10% de chance de desenvolver um câncer em uma década, podem evitar os efeitos colaterais da quimioterapia. Já quem possui alto risco de recorrência, terá mais benefícios se realizar a quimioterapia.

O EndoPredict é um exemplo de teste realizado em uma pequena amostra do tecido tumoral, que avalia a expressão gênica, determinando o nível de atividade dos genes envolvidos na possibilidade de recorrência. Ele é indicado para pacientes com Receptor de Estrógeno Positivo (RE+); Receptor de HER2 Negativo (HER2-); 0 a 3 linfonodos metastáticos; e estágio inicial da doença. Em média, 65% das pacientes diagnosticadas com câncer de mama se encaixam nessas categorias, no entanto devido ao alto custo dos testes o exame só é realizado em pacientes que estão em situações limítrofes.

O ideal seria que todas tivessem acesso ao teste, pois ele poderia determinar de forma mais precisa quais são as mais indicadas a realizar apenas a terapia endócrina. O teste acaba sendo indicado apenas para casos de dúvidas do real benefício da quimioterapia no impacto da sobrevida da paciente.

Outro teste disponível no mercado é o Oncotype DX, que oferece um diagnóstico molecular do tumor da mama com base na atividade de 21 genes. O resultado indica a probabilidade de recorrência do câncer de mama no período de 5 anos,a contar do diagnóstico, e mostra também a necessidade do uso de quimioterapia.Esse teste é indicado para pacientes diagnosticadas recentemente com câncer de mama que estão apenas nos primeiros dois estágios, com linfonodo negativo (N-), e receptor de estrogênio positivo (ER+). Também pode ser indicado para mulheres após a menopausa, recentemente diagnosticadas com câncer de mama, com até três nódulos e receptor de estrogênio positivo (ER+).

Segundo a Dra. Marcia Silveira Graudenz, membro do comitê da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), muitas pacientes com câncer de mama podem ser tratadas apenas com terapia endócrina.Por isso, os testes moleculares são essenciais para a indicação da melhor opção de tratamento a cada paciente. O Endopredict e o Oncotype DX calculam o risco de o câncer voltar com metástase no futuro. A vantagem do Endopredict é que ele faz essa previsão no longo prazo (10 anos), enquanto o Oncotype DX consegue prever até 5 anos e alguns tumores mais agressivos acabam retornando após 5 anos.

A medicina personalizada permite adaptar os tratamentos de câncer de mama, aumentando as probabilidades de sobrevida e reduzindo os gastos com saúde em uma perspectiva de gestão. O ideal é sempre conversar com o médico sobre os testes e possibilidades de terapias que podem proporcionar mais qualidade de vida.

É importante apoiar iniciativas que lutem pela inclusão dos testes moleculares nos convênios e na rede pública de saúde, assim, as pacientes com câncer de mama e os médicos poderão realizar as escolhas mais adequadas para o combate da doença.

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