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O câncer no mundo corporativo

Muitas mulheres estão no mercado de trabalho e passam grande parte das horas de seus dias no emprego. Esse espaço tem grande potencial de gerar condições favoráveis ao combate ao câncer de mama. Além disso, muitas mulheres que recebem o diagnóstico de câncer de mama estão em plena atividade produtiva. A forma como a empresa contratante lida com essa paciente também é importante para o seu bem-estar. Reproduzimos a seguir artigo de Francine Leite, Doutora em saúde pública e mestre em ciências médicas, sobre a necessidade do mundo corporativo acolher esse tema:

O câncer no mundo corporativo

Além do significado simbólico, a campanha de conscientização Outubro Rosa relembra à sociedade a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. É importante reforçar que, segundo a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), se no momento do diagnóstico o tumor estiver em seu estágio inicial (menos de 1 cm), as chances de cura chegam a 95%. Já o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, em 2014, serão descobertos 57.120 novos casos de câncer de mama no Brasil. A força deste alerta também se aplica ao ambiente corporativo, que tem que lidar com parte das consequências da doença.

Por falta de notificação, não existem dados consolidados de quantas mulheres nas empresas são diagnosticadas com a doença, mas na base de dados da empresa Gesto Saúde e Tecnologia, que possui mais de 700 mil vidas, observou-se que das 72 mil mulheres acima de 39 anos de idade com plano de saúde empresarial, 24,5% realizaram mamografia no ano de 2013. Embora baixa, já é uma taxa maior do que em 2012 (19,5%), e que poderá ser ultrapassada em 2014, pois nos últimos 12 meses – até junho deste ano – o montante foi de 21,7%. Ou seja, embora não possamos afirmar que a incidência da doença venha aumentando*, a preocupação com ela, certamente. Por isso, é fundamental que as empresas abracem o movimento, não só em outubro, mas durante todo o ano, através da criação de campanhas internas que incentivem o autoexame e o acompanhamento médico.

Poucas situações são tão devastadoras na vida de uma mulher como receber o diagnóstico de câncer de mama. O tratamento adequado é muito mais do que a adoção dos atuais protocolos existentes, que envolvem cirurgias, quimioterapia e radioterapia. A adoção de uma estratégia de apoio psicológico influi positivamente no prognóstico, e as empresas exercem papel fundamental nessa jornada.

A repercussão no ambiente corporativo deve ser ponto de atenção nas companhias que se preocupam com a humanização do local de trabalho. A compreensão para com o ritmo de produtividade de colegas e superiores é fundamental para que a colaboradora-paciente sinta-se amparada e confortável também quando está exercendo suas atividades.

Formas de ajudar incluem o departamento de RH, que pode auxiliar a paciente ante a burocracia própria dos convênios médicos na liberação de procedimentos cirúrgicos e exames de maior complexidade. As organizações que dispõem de um serviço médico próprio também devem antecipar a essas equipes das condições dessa colaboradora e garantir que, caso precise, tenha dentro da companhia um suporte médico ágil e discreto.

Acompanhar solidariamente os trâmites do afastamento previdenciário permite que paciente e empresa estabeleçam prazos de retorno às funções e dosem as tarefas temporariamente realocadas entre os pares. Difundir na organização práticas de prevenção também contribui para a conscientizar sobre a doença.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) dimensiona a saúde, o bem-estar e a segurança no trabalho como aspectos de fundamental importância na produtividade, competitividade e sustentabilidade das organizações. Por isso, empresas que levam a sério a gestão de saúde de seus funcionários tomam para si a responsabilidade de informar sobre fatores de risco, conscientizar para estimular o acompanhamento médico e, principalmente, amparar colaboradoras que se tornarem pacientes.

*É possível sim afirmar que a incidência de câncer de mama está crescendo. As estimativas apresentadas pelo INCA aumentam ano a ano. Entre as causas, estão o aumento demográfico e da expectativa de vida da população e a adoção de hábitos pouco saudáveis, que levam à obesidade, por exemplo.

Artigo de por Francine Leite, Doutora em saúde pública, mestre em ciências médicas, publicado no Site Hoje em Dia em 26/10/2014

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