01.08.2017
Todas as pessoas reconhecem os aspectos para atingir o bem-estar mínimo: a capacidade de respirar, a disponibilidade de água e comida, o sono e o sexo. Mas o ser humano é muito complexo e as necessidades fisiológicas básicas não são suficientes para proporcionar conforto e felicidade. Para dar conta de explicar os fatores que implicam a satisfação plena, existe a Teoria da Hierarquia das Necessidades Humanas, conhecida como Pirâmide de Maslow, criada pelo psicólogo norte-americano, Abraham H. Maslow. Esse estudo, amplamente utilizado nas áreas de psicologia, marketing e administração, pode também nos ajudar a entender os próprios desejos e motivações, como uma estratégia que pode beneficiar nossa saúde física e mental.
O câncer de mama, obviamente, tem impacto direto na rotina das pacientes e provoca alterações em diversos setores da vida. A compreensão de que o ser humano é muito mais que a dualidade vida profissional e pessoal expande os horizontes e proporciona novas perspectivas. Se analisarmos a pirâmide em sua versão adaptada no Brasil por Michel Cutait, podemos ver, da base para o topo, as seguintes necessidades humanas:
Analisando a complexa cadeia de necessidades que sustentam e motivam o ser humano, é possível perceber que existem momentos da vida em que cada aspecto da pirâmide irá assumir um papel mais relevante em relação a outros, que já estão minimamente supridos. Com o aparecimento do câncer, é normal que surjam também constantes reflexões sobre o futuro, a possibilidade de morte e sobre o legado da própria existência.
A mudança de comportamento imposta pelo tratamento, a reaproximação de amigos e familiares, desperta, em muitas pessoas, aspirações maiores em relação à própria vida. Por isso, as necessidades do topo: realização pessoal, cultura e espiritualidade ganham mais força na experiência pós-câncer de mama.
Muitas mulheres descobrem sua força interior através da espiritualidade, intensificam o contato valores importantes para si, bem como com artigos culturais como livros, filmes, músicas e documentários e ainda percebem que sua história pode ajudar outras mulheres. Algumas atuam diretamente como voluntárias em ONGs e instituições de saúde e outras compartilham o conhecimento adquirido com outras pessoas. O olhar consciente para o momento presente, a busca de informação e a valorização das relações mais essenciais são agentes transformadores. Quem busca superar um câncer, supera a si mesmo.