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Radioterapia para pacientes com câncer

O desenvolvimento da tecnologia representa um grande avanço às possibilidades de cuidados e alternativas de tratamento oncológicos. Um exemplo é a radioterapia para pacientes com câncer: uma forma de tratamento baseada na radiação, que tem como foco a eliminação das células cancerígenas do organismo. 

Ela funciona por meio de feixes de radiações ionizantes regulados para atingir apenas as células tumorais, com objetivo de não causar – ou causar o mínimo possível – prejuízos aos tecidos saudáveis no corpo do paciente, para que o câncer seja combatido e as células sem alteração cancerígena possam se multiplicar e suprir as necessidades do organismo. 

A radioterapia para pacientes com câncer é um tipo de tratamento fracionado. Ou seja, para que seu propósito seja atingido, ela precisa ser realizada periodicamente, com doses de tratamento diárias (usualmente 5 dias na semana) e iguais. Por isso, compreender o que é, qual a importância e quais são as alternativas e obstáculos para esse tipo de cuidado contra o câncer no Brasil é fundamental.

Como funciona a radioterapia para pacientes com câncer?

Esse procedimento consiste em radiações ionizantes (ondas eletromagnéticas) carregadas de energia e que são focadas especificamente nas células com a alteração genética que causa o câncer. Ao entrarem em contato com o tecido tumoral, as ondas se transformam em elétrons preparados para ionizar as células cancerígenas a partir de reações químicas que resultam na ruptura do DNA e/ou liberação de radicais livres. 

É este processo que causa a morte celular dos tecidos com câncer, tornando-os incapazes de se reproduzir ou inativando seu sistema vital. Existem vários tipos, que podem ser calculados de diferentes formas: em função da distância (braquiterapia ou teleterapia), do tempo de aplicação (alta-dose ou baixa-dose), do tipo de radiação (fótons, elétrons, prótons, etc), da forma de planejamento (conformada, guiada por imagem, IMRT, 4D, dinâmica, intra operatória, etc). Cada um desses tipos tem indicações específicas e devem ser orientadas pelo médico oncologista que acompanha o quadro do paciente.

Saiba mais aqui.

Quando a radioterapia é indicada?

Primeiramente, é importante reforçar que a indicação de tratamento pode ser realizada apenas por profissionais especializados na área da medicina oncológica. No entanto, 60% dos pacientes com câncer têm indicação de radioterapia, e os cenários nos quais a radioterapia para pacientes com câncer torna-se uma possibilidade de tratamento têm dois objetivos: 

Curativo

Em quadros nos quais existe a possibilidade de cura total do câncer, a radioterapia assume uma função de protagonista, tanto isoladamente (para tumores com mais probabilidade de cura) quanto aliada a outras possibilidades de cuidados e tratamentos (para situações nas quais o passo a passo do tratamento exige um acompanhamento mais atento, devido à reprodução e repercussão dos tecidos tumorais no organismo do paciente).

A radioterapia para pacientes com câncer, com o intuito curativo, também pode ser aplicada para casos em que o tumor não pode ser ressecado retirado de forma cirúrgica. 

Paliativo

Neste caso, o tratamento por radioterapia não tem como propósito de objetivo a cura, uma vez que atua em quadros nos quais o organismo do paciente já não tem mais condições de atingir esse objetivo, de se livrar completamente do câncer. 

Os cuidados paliativos, no entanto, oferecem maior bem-estar às pessoas, aliviando as dores de forma descompressiva e hemostática, com a finalidade de evitar agravamentos e quadros mais delicados na vida do paciente. 

Benefícios da radioterapia

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA): “metade dos pacientes com câncer são tratados com radiações e o resultado costuma ser muito positivo”. Entre os benefícios que esse tipo de tratamento oferece, listamos: 

  • Não há necessidade de internação do paciente;
  • Cada sessão de radioterapia para pacientes com câncer costuma ter uma curta duração (entre 10 e 20 minutos);
  • Contribui com o controle e, até mesmo, erradicação das células cancerígenas do organismo do paciente;
  • Diminui as probabilidades de hemorragias;
  • Evita dores. 

Assim como os benefícios, os possíveis efeitos colaterais também dependem da dose radioterápica utilizada durante os cuidados com o paciente. Por isso, é fundamental realizar o acompanhamento médico personalizado, pois é o profissional oncológico que cuida do quadro o responsável por analisar individualmente a situação de cada pessoa, para indicar o tratamento por radioterapia na dose adequada, a fim de evitar efeitos negativos na vida dos pacientes.

Obstáculos do tratamento radioterápico 

Apesar de ser um tratamento que oferece inúmeros benefícios às pessoas, a radioterapia para pacientes com câncer ainda não é uma alternativa que contempla a todos os brasileiros. De acordo com o portal Viva Bem, da UOL, “5 mil brasileiros morrem anualmente devido à falta do tratamento radioterápico” (o dado é da Sociedade Brasileira de Radioterapia – SBRT). 

Atualmente, existem apenas 406 equipamentos para radioterapia registrados no Brasil. E além do número baixo para suprir as necessidades de todos os pacientes, outra dificuldade enfrentada é o envelhecimento desses equipamentos, que precisam de manutenção constante para acompanhar o desenvolvimento tecnológico que garante melhor tratamento às pessoas. 

Dados da SBRT indicam que, na prática, das 406 máquinas existentes, estão operantes apenas 370 (das quais cerca de 60% já estão em uso há mais de 10 anos). Para revertermos o número de mortes por falta de tratamento, a necessidade de novos equipamentos chega a 45% em relação aos atuais. 

Custo do tratamento

Uma das principais questões que dificulta o acesso ao tratamento radioterápico no Brasil é o alto custo do procedimento. Cada sala preparada para a radioterapia é chamada de bunker e necessita de materiais especiais desde a sua construção até o momento de realizar o exame para cada paciente. Os recursos necessários para a construção de uma nova instalação pode ultrapassar a margem dos 9 milhões de reais, aproximadamente. 

Em entrevista ao portal UOL, o presidente da SBRT, Arthur Accioly Rosa, afirmou que uma grande dificuldade para construção desses bunkers é o baixo reembolso pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pelas operadoras privadas às casas de saúde que oferecem o tratamento por radioterapia. Segundo Accioly: “O reembolso do SUS não chega a 50% do custo dos hospitais e o último reajuste neste valor aconteceu em 2010”. 

Para reverter este cenário, é fundamental que o Ministério da Saúde avance em suas articulações para ampliar e melhorar o acesso à radioterapia no sobre o câncer no Brasil e viabilize recursos tanto para a construção de novos bunkers quanto para a manutenção apropriada dos que já existem. É imprescindível que o SUS fortaleça sua atuação na área, afinal: saúde é um direito de todos. 

Para mais informações, assista a LIVE da FEMAMA sobre Radioterapia – Mitos e Verdades:

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