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Apenas 6% das pacientes com câncer de mama no RJ são atendidas no prazo previsto em lei

Apenas seis em cada cem pacientes com câncer de mama no RJ conseguem iniciar o tratamento em 60 dias, como manda a lei. Os dados são da Sociedade Brasileira de Mastologia. A entidade afirma ainda que o RJ é o estado que mais desobedece ao prazo legal.

A média nacional é bem superior à fluminense: 40% das mulheres são atendidas em dois meses, contra os 6% do RJ. O estado também está na lanterna do Sudeste.

Em vigor desde 2013, a Lei dos 60 dias determina que o paciente dê início ao tratamento em, no máximo, dois meses após a inclusão da doença no seu prontuário do Sistema Único de Saúde (SUS).

O prazo máximo vale para que o paciente passe por uma cirurgia ou inicie sessões de quimioterapia ou radioterapia, conforme prescrição médica.

O relatório da entidade alerta que a demora no início do tratamento causa prejuízos para os pacientes, como a diminuição das suas chances de cura e do tempo de sobrevida.

O médico Rafael Machado explica que a falta de médicos e de insumos faz com que “a roda do tratamento não gire”.

“Quem basicamente opera câncer no Rio são os hospitais federais. Mas há anos não tem concurso público para a contratação de profissionais. Dessa forma, as pacientes sofrem — e nós também, porque acompanhamos essa situação de perto, sem conseguir uma solução efetiva”, detalha. “O câncer não espera. O câncer cresce”, resume Rafael.

Pacientes relatam drama

Nesta quinta-feira (7), o Bom Dia Rio e o RJ1 mostraram o relato de pacientes com câncer que enfrentam dificuldades durante o tratamento da doença.

As queixas incluem falta de medicação para quimioterapia e demora para fazer uma consulta. A Defensoria Pública da União afirma que a espera pode chegar a oito meses.

O defensor público Daniel Macedo é o responsável pela ação coletiva que pede o reabastecimento dos pacientes quimioterápicos nas unidades federais do RJ, que são responsáveis por 80% dos tratamentos de câncer no estado.

O percurso do paciente com câncer na rede pública

  1. Ele sente dores e vai à clínica da família, onde fica dois meses para ser atendido;
  2. O clínico-geral pede exames, que levam, por exemplo, outros cinco meses para serem realizados;
  3. Quando junta esses exames, o médico pede uma vaga ao estado e o paciente entra no SISREG; leva, em média, outros quatro meses para ele conseguir dar entrada;
  4. Após ter a linha de cuidado definido — que depende do tipo e grau do câncer —, ele começa o tratamento. Da clínica até aqui, já foram nove meses. Dependendo do tipo de câncer, ele pode ser salvo;
  5. Se for para um hospital federal, o tratamento tem grandes chances de ser interrompido ou nem sequer começar.

No Hospital do Andaraí, em setembro deste ano, 42% dos pacientes tiveram o tratamento suspenso por falta de medicação.

 

 

Fonte: G1 RJ, 08/11/2019

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