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Aprenda a lidar com pacientes que recusam o tratamento do câncer

Com certeza, uma das palavras que mais assusta os brasileiros tem apenas seis letras: C-Â-N-C-E-R. Mesmo quando consideramos os avanços da ciência, medicina e tecnologias que favorecem o tratamento e cuidados, segundo levantamento realizado pelo Instituto Datafolha, 76% das pessoas ainda teme ser diagnosticada com câncer (caracterizando-a como a doença mais temida pelas pessoas, à frente da AIDS e da diabetes).

Segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), o medo do diagnóstico do câncer pode ser um dos principais motivos para que 24% da população brasileira não realize exames de detecção do câncer. Devido aos estereótipos e às dificuldades relacionados ao câncer, as pessoas temem as mudanças que suas rotinas sofrerão caso seja confirmada a existência da doença em suas vidas.

Isso acontece porque o senso comum estabeleceu uma imagem do câncer bastante estereotipada, com pacientes debilitados, sem cabelo e em situações de muita fragilidade. No entanto, isso não corresponde totalmente à realidade.

É um temor compreensível, porém ele não pode ser maior do que a busca por cuidados e bem-estar dos pacientes. O câncer realmente é uma doença que assusta, mas estamos caminhando para um momento em que existem recursos e possibilidades maiores que agem em benefício desses pacientes. É muito importante reforçar que o diagnóstico precoce é uma forte aliada no processo de tratamento e, por isso, o quanto antes for constatada a presença do câncer, mais cedo e menos agressivo será o procedimento de contenção e cuidados sobre ele.

Existem alternativas e possibilidades que garantem mais qualidade de vida durante o tratamento e, inclusive, permitem que os pacientes sigam com a maior normalidade possível suas vidas. Se o paciente com câncer tornar-se aliado de si mesmo, e souber que pode contar com amigos e familiares, certamente estará mais próximo de assegurar seu bem-estar durante o processo de enfrentamento.

Pacientes com câncer, muitas vezes, sentirão medo. É normal ter medo do desconhecido que chega para modificar a forma como você vive e encara a vida. O que não pode acontecer é sucumbir ao medo e, devido a ele, privar-se da felicidade e cuidados com a saúde, por recusar receber o tratamento adequado. Por essa razão, nós elencamos alguns dos maiores temores da população em relação ao câncer e como lidar com pacientes que recusam o tratamento devido a essas objeções.

Se você conhece alguém com este perfil, preste atenção nos principais argumentos que motivam o medo dessas pessoas: 

Medo de não chegar à cura

Existem vários tipos de câncer, sendo alguns mais complexos do que outros. No entanto, o que todos eles têm em comum é que as chances de conviver bem e preservar boas condições de vida aumentam – e muito – quando o acompanhamento e cuidados necessários são realizados rapidamente.

É possível detectar o câncer de mama em suas fases iniciais, na maioria dos casos. Isso contribui para aumentar a possibilidade de tratamentos menos agressivos e com maiores taxas de sucesso.

Porém, estimular as mulheres a realizar a mamografia (sempre lembrando que o autocuidado não substitui de forma alguma o exame clínico realizado por um médico especialista ou a mamografia e outros exames de imagem) e ficar em dia com consultas médicas é uma forma de garantir que os reflexos do câncer (uma vez que a doença seja diagnosticada) afetem da menor forma possível as pacientes.

Saiba mais nos artigos: Reduzir a mortalidade do câncer: a importância das políticas de rastreamento e Autocuidado, detecção precoce e redução de risco.

Medo dos custos serem muito altos

Apesar do avanço nos tratamentos, os custos ainda são fantasmas que assombram as pessoas que convivem com câncer. As pessoas têm medo dos gastos que os procedimentos e cuidados com saúde representarão em suas vidas e, por isso, postergam ou abrem mão de investir em um tratamento adequado.

No entanto, segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil é um país no qual cerca de 75% dos pacientes com câncer são tratados pelo Sistema Único de Saúde de forma completamente gratuita. E o investimento em saúde pública, no segmento que cuida das pessoas com câncer, mais do que dobrou de 2010 para cá, chegando a mais de R$ 4,7 bilhões.

Entretanto, muitas vezes acontece do SUS demorar o início do tratamento. Para isso, os pacientes com câncer podem se valer da Lei 12.732/2012, também conhecida como Lei dos 60 Dias, que diz que as pessoas com câncer “têm direito de se submeter ao primeiro tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS), no prazo de até 60 dias contados a partir do dia em que for firmado o diagnóstico em laudo patológico ou em prazo menor, conforme a necessidade terapêutica do caso registrada em prontuário único”. É mais uma ferramenta que contribui para que o tratamento seja custeado pelo Estado.

Esse é um direito que precisa ser assegurado, uma vez que na trajetória de tratamento e cuidados com o câncer, muitas vezes os pacientes precisam deixar de trabalhar, ou se aposentam por invalidez. Situações que podem apresentar imprevistos financeiros para a família.

Saiba mais sobre os custos do câncer acessando o artigo que preparamos sobre o tema

Medo de abdicar do cuidado com outras pessoas

A preocupação com o bem-estar e garantia de saúde a entes queridos também é uma preocupação muito presente na realidade de pessoas com câncer. Principalmente quando falamos no câncer de mama, que atinge majoritariamente mulheres. Muitas vezes essas pessoas já são mães, chefes de família, responsáveis pelo cuidado com seus pais ou companheiros. E na ânsia de oferecer condições satisfatórias para essas outras pessoas, as pacientes acabam deixando os cuidados com elas mesmas em segundo plano.

Entre esse grupo, é muito comum nos depararmos com argumentos como: “eu não tenho tempo” ou “não posso assumir essa responsabilidade”. Por isso, é importante expandir o diálogo e trazer novas possibilidades de interpretação, lembrando que as horas gastas em exames de rotina, acompanhamento psicológico e primeiros passos no tratamento, são um tempo que no futuro será devolvido – uma vez que as chances de cura aumentam em até 95% quando a doença é constatada em seus primeiros estágios.

E por esse motivo é muito importante resgatar essa informação entre essas pessoas. Afinal, o câncer de mama é o 2º câncer mais comum nas mulheres, só perde para os cânceres de pele não melanoma. 

Medo da dor dos exames

Quanto mais densa for a mama, maior o desconforto que a mulher pode sentir durante a mamografia. Ainda que cada uma tenha uma sensibilidade diferente para dor, como a compressão no aparelho é rápida, o desconforto também é passageiro. Para amenizar a dor, uma das estratégias é evitar fazer o exame durante o período menstrual, momento no qual a mama fica mais inchada e sensível.

O medo de sentir dor é compreensível, mas não pode ser maior do que a coragem de buscar o bem-estar para si mesmo. Mais vale realizar os exames para ser diagnosticada precocemente e vivenciar o tratamento da forma menos agressiva possível do que esperar pelo último minuto, no qual a resistência à dor já estará mais fragilizada. 

Medo da punção da biópsia

A punção é o mesmo que picar ou perfurar algo levemente. Ou seja, é uma ação utilizada para a retirada de fluídos e outros líquidos armazenados em determinada parte do corpo, por exemplo. E no que se refere a ela, além do receio relacionado às agulhas, existe também o mito de que o ato da punção, realizada durante a biópsia, contribui para enviar células comprometidas ao organismo. Isso é uma inverdade. Afinal, é um procedimento realizado justamente para compreender a magnitude do câncer e proporcionar mais clareza na hora de direcionar tratamentos.

Para mais esclarecimentos a respeito dos exames, acesse o conteúdo que fizemos sobre isso

Medo que o cabelo caia

A queda de cabelo acontece algumas vezes pelo efeito de alguns medicamentos quimioterápicos – principalmente os do grupo das antraciclinas e dos taxanos. Pode ser que os pacientes não utilizem em seus tratamentos esses medicamentos, então é sempre aconselhável esclarecer as dúvidas sobre os tratamentos junto ao seu médico.

Mas, de qualquer forma, se o cabelo cair, estimule a paciente a lembrar que é só uma fase. Que ele voltará a crescer e representará um renascimento na vida dela. Cabelo vem e vai, a vida é só uma. Sem falar que sempre teremos como opção o uso de perucas e lenços, que pode atenuar o efeito estético da perda capilar, caso assumir a careca não seja uma opção.

Confira as nossas organizações associadas em sua região que trabalham com empréstimo de perucas e lenços e outros artigos.

Medo da atuação médica

Existem pessoas que confiam mais em trata mentos naturais – como ervas e chás -, em detrimento do acompanhamento médico especializado. Porém, o tratamento por vias tradicionais, que seguem os protocolos clínicos comprovados cientificamente, são imprescindíveis durante os procedimentos de cuidados em relação ao câncer. Aliado a isso, é sim possível aliar e tratar a questão espiritual em parceria com os métodos da medicina tradicional e com supervisão de um profissional qualificado.

Afinal, a ciência caminha para preservar o bem-estar dos pacientes de câncer e, por isso, a redução de efeitos colaterais e preservação da qualidade de vida estão diretamente ligados ao tratamento adequado. Por isso – em parceria com nosso Conselho Técnico-Científico, composto por médicos e especialistas – estamos sempre monitorando e trabalhando em cima de informações e inovações oncológicas que surgem para beneficiar os pacientes de câncer.

Agora que você já conhece os medos mais comuns das pessoas com câncer, é hora de trabalhar a empatia para que, caso você conviva com a paciente, ela possa contar com o seu apoio durante o processo.

 

Você conhece outros medos?

As questões que trouxemos foram baseadas em conversas e argumentos de pessoas que estão presentes na realidade da FEMAMA. Mas, se houver outras questões, você pode encaminhar sugestões e novas perspectivas para que possamos construir cada vez mais conhecimento e estimular a compreensão do que realmente é o câncer de mama.

A FEMAMA existe para que possamos criar conexões e possamos trabalhar juntos por uma realidade em que menos pessoas sofram com os efeitos colaterais do câncer. Para isso, estamos sempre de portas e ouvidos abertos para ouvir suas dúvidas, sugestões e direcionamentos. Faça parte com a gente dessa trajetória em benefício dos pacientes de câncer. Nos diga o que você quer ler no portal da FEMAMA! Envie um e-mail para contato@femama.org.br com sua sugestão de conteúdo.

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