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ARTIGO – Câncer de mama na terceira idade: um risco real

Há uma falsa ideia de que a incidência do câncer de mama é menor em mulheres da terceira idade. Isso tem gerado uma onda preocupante de idosas que dão entrada em hospitais com casos extremamente avançados – às vezes irreversíveis. Precisamos derrubar esse mito, como aconteceu com o câncer de próstata. Hoje é praticamente consenso entre os homens que, quanto mais avançado a idade, maior a probabilidade de a doença de manifestar.

O diagnóstico precoce é ainda mais importante nessa faixa etária, já que o tratamento em estágios avançados é muito agressivo. Exige várias vezes cirurgias de remoção das mamas e quimioterapia. Para um público tão fragilizado, pode ser fatal.

A autopalpação segue sendo protocolar, mas raramente a mulher com mais de 80 o faz, até por desconhecer o problema. A família tem um papel importante de questionar a equipe de saúde, incluindo o médico que costuma ver a paciente, além de informar os cuidadores da própria idosa.

O RS tem a maior incidência de câncer de mama no Brasil e é o estado com mais casos novos da doença. São 90 a cada 100 mil habitantes – muitos deles envolvendo idosas. Como esse público normalmente necessita de ajuda, há muito descaso. Pessoas com convênio e recursos suficientes para custear um tratamento demoram para diagnosticar a doença. É claro que no SUS a situação é pior, especialmente devido à falta de acesso a exames mais detalhados com especialistas.

Parece haver uma discriminação com o câncer nessa faixa etária devido às menores chances de cura. Alguns planos de saúde, inclusive, impõem limitações a pacientes maiores de 69 anos para fazer exames padrões. É certo que o aumento da expectativa de vida tem pressionado o sistema de saúde, mas isso não serve de desculpa.

Enquanto isso, façamos nossa parte, com informação e conscientização. Antes que seja tarde demais para nossas mães, irmãs, filhas, avós. As chances de cura de um câncer de mama na terceira idade são muito maiores quando o diagnóstico é precoce. E essa é uma missão de todos nós, familiares, amigos e profissionais da saúde.

*Maira Caleffi é presidente voluntária da FEMAMA e Chefe do Serviço Médico de Mastologia do Hospital Moinhos de Vento

Publicado no Correio do Povo (RS), 16/03/2017

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