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Baixa procura por consultas ginecológicas na pandemia preocupa oncologistas

O medo de se contaminar com a Covid-19 tem afastado mulheres das consultas ginecológicas periódicas. Mas por trás da segurança do isolamento social contra o coronavírus, existe a ameça de outra doença: o câncer. Após analisar dados do Ministério da Saúde dos períodos pré e pós-pandemia, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) observou a redução de 23,4% na realização de mamografias e biópsias de colo uterino. Esses dois exames estão entre os principais para diagnosticar esses tipos de câncer.

Ainda segundo a Febrasgo, o cancelamento e o reagendamento de consultas ginecológicas, devido à pandemia, fez com que o diagnóstico de câncer de mama e de colo de útero tivesse uma redução.

 

— Medidas para promoção de saúde e prevenção de doença, entre elas, o rastreamento de câncer não têm sido feitas, devido ao isolamento social e a várias outras questões. Houve redução da biópsia de colo e de mamografia, mas essas doenças continuam acontecendo na sociedade, com ou sem Covid — explica o ginecologista Agnaldo Lopes, presidente da Febrasgo: — O problema que vamos ter no futuro é o diagnóstico em fases mais avanças interferindo ainda mais no prognóstico dessas mulheres.

Segundo a análise da entidade, com base em estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 82.870 mulheres desenvolveram câncer de mama e de colo do útero no último ano. Desse total, 24.860 desconhecem a presença da doença.

— A recomendação é manter as consultas de rotina, fazer exames de rotina e manter calendário vacinal atualizado — orienta Lopes.

O câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer em mulheres em todo o país, com exceção da região Norte, onde o câncer do colo do útero ainda ocupa o primeiro lugar. As informações também são do Inca.

O presidente da Febrasgo destaca que o risco de morte por câncer de mama entre as mulheres de 60 anos é dez vezes maior se comparado àquelas com menos de 40 anos. Ele afirmou que o histórico da paciente vai determinar o tipo de exame que poderá diagnosticar a doença:

— As mulheres assintomáticas que já iniciaram a vida sexual, têm entre 25 e 64 anos, depois de dois preventivos normais, podem fazer de três em três anos o papanicolau. Em relação à mamografia, para a população de baixo risco, recomendamos que seja feita anualmente a partir dos 40 anos de idade.

O autoexame das mamas é recurso preventivo mais conhecido pelas mulheres e serve para identificar possíveis nódulos. Alguns sintomas também podem acendar o alerta em pacientes com câncer de colo de útero.

— Há mulheres que têm sintomas, como a que está na pós-menopausa, parou de menstruar, mas tem sangramento uterino. Ela tem que procurar um ginecologista porque isso pode ser o primeiro sinal de um câncer precoce — explica Agnaldo Lopes.

Graças à consulta com o ginecologista é possível descobrir ainda outras doenças, explica o médico:

— Outro câncer que acomete com muita frequência as mulheres é o de intestino. A gente tem como rastrear esse câncer pela realização da colonoscopia nas mulheres de baixo risco a partir dos 45 anos. O ginecologista tem um papel que extrapola a questão só do trato genital feminino.

Veja as dicas

Como prevenir e ter rápido diagnóstico do câncer de mama e de útero

O câncer de colo de útero pode ser prevenido por meio de vacinas. A imunização contra o HPV (vírus causador da doença) é altamente efetiva e promove uma diminuição significativa das infecções e, consequentemente, das lesões neoplásicas do colo do útero.

– Idade superior a 50 anos, fatores genéticos, obesidade, sedentarismo e exposições frequentes a radiações ionizantes representam agravantes para o surgimento do câncer de mama.

– A mamografia anual, a partir dos 40 anos, é a principal ferramenta para o diagnóstico precoce do câncer de mama.

– Mantenha consultas de rotinas e calendário vacinal atualizado, e faça exames de rotina.

– Os profissionais de saúde devem diminuir a aglomeração, deixando a sala de espera do consultório mais vazias e criando espaçamento maior entre as consultas.

– A telemedicina pode ser estratégia interessante para relatar sintomas e ter orientação do médico.

– Uma a cada oito mulheres no mundo vai ter câncer de mama.

– Quem tem histórico familiar de mãe, filha ou irmã com câncer pode ter predisposição a desenvolver alguns tumores.

Fonte: Extra

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