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Câncer de mama triplo-negativo

O câncer de mama é uma patologia que se manifesta de diferentes maneiras em cada mulher. Além disso, existem quatro subcategorias para o câncer de mama: os luminais A e B, o câncer HER2 positivo e o triplo-negativo. Ao receber o diagnóstico de câncer triplo-negativo, muitas pacientes ainda não conseguem entender muito bem do que se trata, pois há uma certa dificuldade de explicar esse assunto para leigos, visto que o assunto é relativamente novo. Somente a partir de 2005, foi possível identificar essa categoria e apesar de pesquisas e iniciativas extensivas sobre o assunto, pouco se sabe sobre a origem desse tipo de tumor.

O triplo-negativo representa uma parcela significativa nos diagnósticos de câncer de mama: cerca de 15% de todos os casos de câncer de mama identificados tratam-se de tumores triplo-negativo. A forma como o câncer é identificado na análise imuno-histoquímica é que dá origem ao nome: caso seja identificada a ausência dos três receptores que classificam câncer de mama (HER2; estrogênio e progesterona) na célula examinada, trata-se de um câncer de mama triplo-negativo.

Mesmo assim, os tumores triplo-negativos não são homogêneos e podem apresentar características de tumores com melhor prognóstico, como os tumores medulares, ou de comportamento mais agressivo, como os que se originam na camada de células basais (camada mais profunda da epiderme, onde ocorre intensa divisão celular) dos ductos mamários.

Além disso, alguns tipos de tumores triplo-negativo são considerados os tumores de mama mais agressivos entre os subtipos de câncer de mama. Ele ainda não dispõe de uma terapia-alvo, ou seja, não foi possível desenvolver um tratamento específico e direcionado para esse tipo de câncer. Uma vez negativo para os três tipos de receptores, a doença acaba não respondendo a tratamentos hormonais (negativo para estrogênio e progesterona) e também não responde aos tratamentos com drogas específicas para o receptor HER2, limitando-se às estratégias mais gerais de tratamento.

No momento, a cirurgia tem sido o tratamento para esse tipo de câncer, desde que a doença seja localizada. A radioterapia pode ser usada como tratamento complementar nesse caso. A quimioterapia também é considerada uma das melhores alternativas no momento para o tratamento do triplo-negativo, pois consegue atacar as células que se dividem rapidamente. Nesse caso, tanto a quimio quanto a radioterapia podem?anteceder a cirurgia com o objetivo de diminuir o tumor e facilitar o procedimento cirúrgico na hora da remoção de possíveis vestígios do câncer na mama.

Quem está suscetível a ter o câncer de mama triplo-negativo?

De maneira geral, qualquer pessoa está suscetível a ter esse tipo de patologia, no entanto pesquisas apontam que o triplo-negativo se manifesta mais frequentemente em mulheres com idade menor que 40 anos. Ele também acomete mulheres hispânicas/latinas; mulheres afro-americanas e mulheres que apresentam mutações nos genes BRCA1/BRCA2 em um índice maior que os demais grupos. Ambos os genes (BRCA1 e BRCA2) têm uma função protetora no organismo contra o aparecimento de cânceres. Quando há mutação nesses genes, a capacidade protetora é perdida, aumentando as chances de aparecimento de tumores malignos. Segundo o Dr. Ricardo Caponero, presidente Conselho Técnico-Científico da FEMAMA, por serem genes transmitidos aos descendentes, alguns tipos de tumores triplo?-negativos estão associados a essas mutações genéticas, uma vez que os genes BRCA1/BRCA2 são responsáveis por uma parcela das neoplasias de mama que tem ligação com a hereditariedade. Nesse caso a doença costuma acontecer em mulheres mais jovens e com história familiar para câncer de mama ou ovário.

Por que o triplo-negativo é considerado o câncer mais agressivo dos 4 subtipos?

Além de não se saber ao certo a origem do tumor, o que dificulta a busca por tratamentos-alvo, o triplo-negativo acelera o crescimento das células (o que faz com que ele apareça em um mês, por exemplo) produzindo metástases, ou seja, atingindo outros órgãos em um menor espaço de tempo se comparado aos outros tipos de câncer de mama. Somado a esses fatores, as chances de recidiva (reaparecer) são altas.

Segundo o Dr. Gilberto Amorim, integrante do Conselho Técnico-Científico da FEMAMA, “até mesmo o grupo de triplo-negativo não se trata de um único tipo de doença”. Os tipos de triplo-negativo podem ser distintos entre si. Alguns tumores na mama podem não expressar HER2 e nem hormônios e não são tão agressivos quanto o clássico triplo-negativo. Isso dá espaço para mais questionamentos e dúvidas entre os profissionais de saúde, uma vez que o triplo-negativo é, resumidamente, um bloco de doenças caracterizado pela ausência dos biomarcadores. E por mais que hajam características em comum os cânceres desse tipo, são na realidade doenças distintas ainda em fase de pesquisas sobre a patologia e avanços médicos para tratamentos-alvo.

Pesquisas e avanços

Muito se tem pesquisado sobre alternativas de tratamento para o câncer de mama triplo-negativo. Igualmente pode-se falar da patologia em si. Os inibidores PARP foram apresentados como uma proposta promissora para o tratamento desse câncer. Segundo pesquisas, ouso dos inibidores de PARP concomitante com a quimioterapia pode melhorar a sobrevivência do paciente.

A título de esclarecimento, PARP é uma enzima envolvida na reparação do DNA. Uma vez que os inibidores de PARP entram em ação, as células se tornam menos resistentes aos efeitos da quimioterapia. De todos os inibidores, o que mais tem se desenvolvido atualmente é o BSI-201. Esse inibidor mostrou uma força potente frente aos tumores malignos e possuem a capacidade de inibição da atividade PARP de forma duradoura e os pacientes que fizeram uso do BSI-201 apresentaram tolerância ao medicamento.

As pesquisas ainda são recentes em termos desses medicamentos e serão necessários mais testes e estudos até que se consigam confirmar resultados mais efetivos. Atualmente, pesquisas sobre o BSI-201, especificamente, encontram-se na Fase II dos ensaios clínicos. Isso significa que o medicamento já foi testado em pacientes com essa patologia afim de se avaliar a segurança no uso desse medicamento. Apesar de recentes e prematuros, os resultados prévios da pesquisa já dão aos pacientes uma face positiva em termos de tratamentos alternativos para o câncer triplo-negativo.

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