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Quem cuida do cuidador? Evitando o desgaste físico e emocional dos cuidadores de pacientes

Em alguns casos se torna necessário que o paciente com câncer tenha o acompanhamento constante de um cuidador. Sua função normalmente envolve levar, buscar ou acompanhar durante as consultas médicas; auxiliar no pós-operatório e ou em questões do dia a dia – como lavar roupa, cozinhar, tomar banho e se trocar. Esse trabalho pode ser feito por um profissional, mas muitas vezes, por falta de recursos ou ainda por opção, os próprios familiares acabam assumindo esse papel.

A questão é que seguidamente os cuidadores, em especial os não profissionais, acabam por deixar a própria saúde e bem-estar de lado. Uma pesquisa da farmacêutica Merck, por exemplo, apontou que, das pessoas que cuidam de um familiar que está lutando contra alguma doença, 53% declararam se sentir cansados na maior parte do tempo e 46% contaram não ter uma brecha na agenda para marcar ou comparecer às próprias consultas médicas.

Além disso, 61% assumiram que precisam de atendimento em decorrência de sua saúde mental e dois a cada cinco cuidadores admitiram colocar o bem-estar do paciente acima do seu. É importante ressaltar que essas informações não demonstram que os cuidadores fazem o trabalho de má vontade. Pelo contrário: dos respondentes da pesquisa, 68% afirmaram que zelar pela pessoa amada ajuda a apreciar mais a vida, enquanto 57% citaram que, embora seja desafiadora, essa função traz recompensas.

Nesse cenário, é preciso entender melhor os impactos que a doença e a função de cuidador causa nos familiares e o que eles podem fazer para se manterem saudáveis e bem durante esse período.

O impacto da doença

Os cuidadores familiares são impactados emocionalmente pela doença e sentimentos de tristeza, raiva, culpa, medo e a necessidade de controle são relatados com frequência. Uma pesquisa da Pfizer com cuidadores e pacientes de câncer de mama metastático, por exemplo, demonstra que os familiares são mais atingidos pela descoberta da doença do que as próprias pacientes.

E no meio desse impacto emocional, eles precisam encontrar forças para poderem cuidar dos entes queridos. Uma vez que, como demonstra a mesma pesquisa, apesar de abalados, os familiares representam a principal fonte de apoio emocional das pacientes, sendo citados por quase 90% das entrevistadas.

Junto a isso existe um impacto no estilo e qualidade de vida de familiares e pacientes. É comum que seja necessário adaptar horários para poder ajudar as pacientes durante e após o tratamento, o que inclui mudanças no trabalho (com adaptação de horários ou necessidade de abandoná-lo), diminuição de renda e aumento dos gastos.

Além disso, os momentos de lazer e convívio são deixados de lado. Viajar e sair para passear, por exemplo, são as principais atividades que deixam de fazer parte da vida dos familiares, seguido de beber socialmente com os amigos.

Os cuidados com o cuidador

Nesse contexto, o estresse, a sobrecarga e a culpa acabam se desenvolvendo no cuidador não profissional. Isso, somado aos dados expostos acima que evidenciam que os cuidadores algumas vezes negligenciam a própria saúde, pode se tornar um inconveniente maior ainda, uma vez que pode levar a uma situação de desgaste físico e emocional extremo – que vai exigir que o cuidador se afaste de suas funções para ter que lidar com a sua própria saúde.

Nesse sentido, é essencial que o cuidador tome algumas medidas para evitar chegar nesse estágio. Elas devem ser tomadas em pelo menos três frentes: necessidade de ajuda, saúde física e mental.

Necessidade de ajuda

É essencial que o cuidador conte com a ajuda de outras pessoas, como família, amigos, profissionais ou vizinhos. É recomendado que sejam definidos dias e horários em que ele poderá ter uma folga para poder cuidar de suas próprias questões ou ter um tempo livre. Isso não deve eventual, precisa fazer parte da rotina.

Saúde física

O cuidador deve adotar também uma rotina de hábitos saudáveis, como cuidar da alimentação – fazendo pelo menos três refeições balanceadas por dia; dormir de 6 a 8 horas contínuas por noite; praticar exercícios físicos pelo menos duas vezes na semana; adotar o hábito de fazer alongamentos e pequenos exercícios diariamente; e descansar sempre que possível. Também é preciso que o cuidador siga indo ao médico e esteja atento aos sinais e mudanças que seu próprio corpo pode estar transmitindo.

Saúde mental

O impacto de ter um ente querido que esteja enfrentando um câncer já é grande, quando há a necessidade de se envolver nos cuidados diários e, consequentemente, acompanhar o desenvolvimento da doença e tratamento, essa questão se torna ainda mais delicada. Por esse motivo, é preciso que o cuidador busque algum tipo de suporte emocional seja através do acompanhamento individual de um psicólogo ou grupos de apoio de familiares – muitas ONGs associadas à FEMAMA disponibilizam esse tipo de atendimento gratuitamente.

Além disso, é preciso que o cuidador encontre um tempo para praticar algum hobby e sair com os amigos. É importante também que nesses momentos evite-se que a conversa gire em torno do paciente, é preciso que a cabeça seja arejada com amenidades e outros assuntos.

Encontre uma ONG na sua região clicando aqui.

Esse é um dos temas a serem debatidos no V Fórum de Combate ao Câncer da Mulher, evento da #FEMAMA que acontece nos dias 29 e 30 de novembro de 2018, em São Paulo. Confira a programação completa e inscreva-se até 28/11 em: http://bit.ly/2SSJz9v.

 

Saiba mais:

>> Pacientes: sentimentos perante a família e amigos

>> Importância do papel da família durante o tratamento

>> Pesquisa avalia impacto do câncer metastático na paciente e família

>> Novo estudo acende alerta para bem-estar dos cuidadores de pessoas doentes

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